Antes de citarmos como escolher seu cajón, vale destacarmos a bela história desse instrumento musical, sua origem, uso na música nacional e outras informações interessantes para você que está buscando um Cajón.
Na época do peru colonial, os escravos foram proibidos de cultuar suas crenças e consequentemente de tocar seus instrumentos, foi quando começaram a utilizar caixotes de madeira, atitude essa ignorada pelos “senhores” que, por não estarem utilizando instrumentos musicais, não deram tanta importância.
Nenhum deles imaginava que esse início formaria toda cultura, músicas e estilos Afro-Peruanos de hoje. Com uma sonoridade tida como ideal para acompanhar as palmas, sapateado e a sonoridade das guitarras flamencas, o cajón popularizou-se. Hoje é tão comum a presença do instrumento nas apresentações flamencas que muitos imaginam que sua origem é espanhola.
Do que é feito o Cajon?
O caixote criado pelos escravos foi aperfeiçoado e hoje, caminhar pelas ruas de Lima com um cajon na mão faz parte da cultura peruana. Todo estilo musical, ritmos e estudos se formaram a partir de um instrumento de percussão.
Construído totalmente em madeira, o cajón mais difundido internacionalmente apresenta cordas colocadas por dentro sob o tampo, uma versão moderna que tem muita aceitação internacional. No Brasil, os fabricantes costumam utilizar ao invés de cordas, esteiras, as quais fazem parte da percussão caixa de guerra. Vale citar que algumas marcas utilizam assento em E.V.A. outras Estofado visando proporcionar um melhor conforto ao Cajonero, nome dado a quem toca Cajon.
O Cajón emite 3 sons de percussão:
Bordas: ao tocar o cajon nos seus cantos, o timbre é mais agudo, semelhante ao som das bordas da caixa da bateria.
Bumbo: semelhante ao timbre do bumbo de uma bateria, esse som pode ser feito utilizando a parte da frente do cajon.
Caixa: se tocar o cajon em suas partes laterais superiores, o timbre soa semelhante ao da caixa da bateria, devido à esteira interna.

Existe também o uso de acessórios como a vassourinha. As vassourinhas, ou “Cajon Brush”, como são conhecidas internacionalmente, são baquetas, cujas pontas estão revestidas com uma espécie de extensor metálico ou nylon, o qual tem a ponta repartida em várias outras pontas menores, aparentando ser uma vassoura.
Este acessório percussivo chega a ser indispensável no set de todo bom Cajonero. Ela também pode ser usada na bateria, fazendo o papel do “Chimbal”.
O Cajon na Música Brasileira
Há aproximadamente 30 anos, o Cajón ganhou o mercado internacional, quando Paco de Lucía, violonista espanhol, em viagem ao Peru, conheceu o Cajón, pelo toque profundo de uma das músicas mais famosas do país, a música Toro Mata. Caitro Soto, um dos precursores da cultura afro-peruana, presenteou Paco com um Cajón, e a partir daí o instrumento ganhou o mundo.
No Peru o instrumento é considerado pelo governo peruano como “Patrimônio Cultural da Nação”. Na Espanha, o Cajón se adaptou perfeitamente a sonoridade das palmas, dos golpes graves produzidos pelos saltos das bailarinas flamencas e toda dinâmica que esse estilo possui.
No Brasil, o Cajón se tornou o braço direito do violão em apresentações e ganhou fama em grandes palcos de músicos brasileiros como Gilberto Gil, Ivete Sangalo, Luisa Possi, dentre outros, além deles, muitos músicos que se apresentam em bares e restaurantes também utilizam essa percussão devido à sua praticidade.
Como Tocar o Louvor Raridade de Anderson Freire no Cajón
O instrumento se tornou popular também na música Gospel, muitas bandas passaram a incorporá-lo durante os louvores. Confira na vídeo aula abaixo da cantora e multi instrumentista Débora Ildêncio, como tocar o louvor Raridade no Cajón.
Qual a diferença de Cajon Acústico e Elétrico?
No Brasil existem fabricantes de Cajóns Acústicos e Elétricos, o som não difere de um para o outro, a diferença é que no elétrico existe a possibilidade de ligá-lo à um amplificador de áudio através de cabo, podendo ser P10 ou XLR de acordo com a construção do fabricante.
Como escolher um Cajón?
O Cajón é um instrumento versátil, para todos os ritmos musicais. Com esse instrumento você garante uma ótima performance para tocar em shows, igrejas, ensaios, luais, bares e rodas de violão com amigos.
Deve-se levar em conta ao escolher um cajón, onde você pretende utilizá-lo, ou seja, para lazer ou profissionalmente, pois como citamos anteriormente, ele pode ser encontrado em 2 tipos de amplificações diferentes: Acústica e Elétrica.
Cajón Acústico
O cajón acústico reproduz o som de forma natural, sendo mais aconselhado para uso recreativo, estudos ou apresentações em locais fechados e com público reduzido.
Cajón Elétrico
Essa versão possui a possibilidade de ligá-lo a uma caixa de som, é mais indicada para músicos profissionais, que estão em busca de um instrumento para gravações em estúdio ou apresentações que exigem maior alcance do som.
Outro ponto importante é o formato, existem vários tipos de cajóns, cada um com sua característica sonora própria, uma dica que deixamos é relacionado à esteira, quanto mais fios a esteira tiver, mais encorpado será o som.
Os formatos mais tradicionais são:
Cajón Inclinado: O corpo do instrumento possui dimensões tradicionais, porém o tampo é levemente inclinado para que o músico não precise se inclinar demais. Os graves ficam mais encorpados, esse formato é uma adaptação feita para dar mais ergonomia ao músico.
Cajón Reto: Nesse modelo o músico precisa inclinar mais o corpo para frente para tocar os graves. Esse modelo tem o tampo sem nenhuma inclinação e o restante do corpo do instrumento possui as dimensões tradicionais.
Cajón de Colo: Esse modelo possui formato com um espaço para encaixar o instrumento entre as pernas, de forma a poder ser tocado no colo. O corpo é mais largo, mais baixo e estreito, ou seja, esse modelo é tocado de forma horizontal, onde o músico fica sentado em um banco ou cadeira, por exemplo, e o cajón em seu colo.
Cajón Slim: Possui o corpo mais estreito, o que reflete em graves menos encorpados. Geralmente é tocado pendurado nos ombros com um talabarte ou apoiado em um suporte de estante de bateria.
Além desses modelos acima a Rozini, tradicional fabricante de instrumentos de cordas criou o Cajón Tanajura, ele funciona como uma bateria de colo (caixa e bumbo), porém é muito mais versátil, podendo ser tocado de várias maneiras e com a grande facilidade de ser portátil. Possui uma esteira de repique removível, onde se estabelece praticamente dois instrumentos distintos, quando está com e sem essa esteira, além contar com um reco-reco em sua lateral.
Você já viu um Cajón com Bongô?

Pode soar estranho e você estar imaginando como é isso, mas existe!
A Nobre Tok, fabricante de cajóns localizada no interior de SP, desenvolveu esse modelo, basicamente é um cajón na parte da frente e na parte de trás conta com o desenho de um bongô, onde o músico ao bater terá o som como da percussão bongô.
Marcas de Cajóns
Existem diversos fabricantes de Cajóns, vamos destacar alguns:
FSA Cajón
Possui mais de 10 anos de mercado, sendo a maior fabricante de Cajons da América Latina, músicos como Grevão (Rosa de Sharon), Alexandre de Jesus (Victor & Leo), Ramon Montagner (Luiza Posse / Falamansa), esses e outros músicos utilizam os Cajóns FSA em suas apresentações, a marca possui ampla variedade de Cajóns Acústicos e Elétricos com estampas religiosas, musicais e abstratas.
Confira no vídeo abaixo detalhes da fabricação dos Cajóns da FSA.
A empresa fabrica outros tipos de instrumentos musicais e vários modelos de cajóns, dentre eles a linha Strike, Cajón com frente inclinada, assento em E.V.A., esteira de 12 fios, com ou sem saída para amplificação, corpo em MDF e tampo em compensado de Sumaúma de 4 Mm.
Nobre Tok
A marca que possui o cajón com bongô, como citamos antes, está localizada em Nova Odessa, interior de São Paulo. Os profissionais da empresa são treinados para que, com carinho e cuidado, possam preparar cada instrumento de forma artesanal, fazendo o melhor em cada etapa da fabricação.
Seja moldando a madeira ou finalizando os acabamentos, a marca da sempre um toque final, para que você possa dar o seu nobre toque e sentir a vibração de todas as mãos que prepararam seu instrumento.
Dentre as várias estampas da marca, destaque para a de Leão, imagem ao lado, que possui assento almofadado embutido, acabamento em courvin marrom com tampa envernizada, madeiramento Sumaúma, esteira, bongô embutido e duas saídas para amplificação do áudio (Balanceado Xenix – P10).
A vantagem dos modelos da Nobre Tok é a facilidade para uma possível troca da esteira, já que seu tampo frontal é parafusado.
Cajon Percussion
A Cajón Percussion é uma empresa 100% brasileira, especializada na fabricação de instrumentos de percussão de qualidade superior. A marca conta com a linha de shakers, que além de bonitos oferecem uma variedade de timbres e utilizações e os Cajones da linha ELO que utilizam cordas reguláveis no lugar da esteira, proporcionando novas possibilidades de timbre. A linha Elo vem equipada com esteira de 18 fios, tampa parafusada com acabamento em verniz P.U., assento em E.V.A. e saída XLR.
Escolhendo seu cajón
Existem várias marcas de Cajóns no mercado, além das que citamos, cada uma com suas particularidades, para você que está buscando seu primeiro cajón, recomendamos analisar:
- Empregabilidade: Você pretende utilizá-lo de forma recreativa ou uso em bares, igrejas, etc?
- Som: Se busca por som mais encorpado, opte por modelos de madeiras maciças e esteiras à partir de 12 fios.
- Ergonomia: O formato de cajón inclinado da mais ergonomia ao músico
- Conforto: Se você irá tocar por muitas horas, opte pelos modelos com assento almofadado
- Durabilidade: Evite MPF e compensados, escolha cajóns de madeiras Embuia, Cedrosa ou Sumaúma (Kapok)
- Manutenção: Opte por modelos com tampa parafusada, pois em uma eventual troca de esteira a manutenção será mais fácil
Esperamos poder ter te ajudado a escolher e conhecer mais sobre o Cajón, se você ficou com alguma dúvida, conte com a equipe da Krunner Instrumentos Musicais através do telefone 19 3233-3455 ou pelos canais de atendimento do site www.krunner.com.br